quarta-feira, 18 de julho de 2012

O CASAMENTO NA IDADE MEDIEVAL


O casamento na Idade Média tinha uma importância fundamental em vários aspectos (familiar, econômico e politico), porém não tinha nada haver com o amor. Há preocupação maior era não descentralizar a herança da família.

Após o casamento a família formada não iria para uma nova casa, na maioria das vezes iam para a casa do pai do noivo ou da noiva quando ela não tinha irmãos. A construção de uma nova casa era complicada então começaram a se formar verdadeiras “comunidades familiares”. O casamento era a forma mais fácil de formar e manter alianças, os casais algumas vezes chegavam a ser prometidos um ao outro ainda no berço. Era uma forma do pai da noiva escolher quem de certa forma o iria suceder. No caso de uma menina órfã, suas terras eram administradas por outra pessoa até ela completar idade de casar (entre 13 ou 14). Se ela recusa-se o noivo escolhido à única alternativa que sobrava era um convento.

Para a igreja católica o casamento deveria ser realizado por vontade própria tanto do noivo quanto da noiva e depois que o casamento fosse realizado e consumado, não podia mais ser desfeito, portanto o divorcio esta fora de cogitação. A única exceção ocorreria caso fosse descoberto um grau de parentesco bastante próximo entre os esposos, no que resultaria na anulação do matrimonio.

O casamento era pra vida toda, não importava se a mulher era perturbada e preguiçosa ou se o homem era um libertino e bêbado, um tinha que aguentar o outro até o ultimo segundo de vida. Um comportamento contrário ao discurso da igreja acarretava numa “excomunhão e em uma reprovação social”.

A escolha de uma noiva e feita pelas pessoas mais próximas da família, principalmente o pai e a mãe. O noivado era uma cerimonia bastante importante era até mesmo registrado pela igreja. Havia a troca de anéis, o homem recebia um e a mulher outro, ambos juravam fidelidade eterna. Aos futuros esposos era perguntado se juravam casar-se um com o outro. Era finalizado e aproximadamente 40 dias depois haveria o casamento.

O casamento praticamente mal se diferenciava do noivado, era realizado durante o dia, e se vestiam com suas melhores roupas, poderiam usar qualquer cor de vestido, porém a classe era mais comum utilizar, a cor que as mulheres preferiam era o vermelho, mas como um tecido com esta cor custava muito apenas às mulheres ricas utilizavam um vestido desta cor..

A esposa entrava na igreja do lado esquerdo do noivo era uma precaução, caso alguém tentar-se rouba-la ele estaria com a mão direita livre pra sacar a espada e defender sua mulher. Assistiam a missa e eram cobertos pelo véu nupcial.

Ao longo da missa, os conjugues dividiam, segundo os rituais que vinham de uma região para outra, um pedaço de pão, ou uma hóstia benta, e bebiam na mesma taça de vinho bento. Levantavam em seguida um círio ao altar da virgem, onde a noiva pegava uma roca e fiava durante alguns instantes. Finalmente reconduzido pelos amigos e pelo clero até a porta da igreja, entravam no cemitério e iam rezar sobre os túmulos de seus mortos, o que não deixava de evocar rituais muito antigos: a família estava presente, inclusive os ancestrais mortos. (D’ Haucourt, 1944, pag. 108)

Após todo esse ritual todos iam festejar, jogavam sobre o casal grão de arroz que tinham como finalidade desejar fertilidade, eles diziam: “plenté, plenté” significava abundância. Em casa havia um grande festejo com vinho, comida e diversão. O padre benzia com agua benta o leito nupcial. O casamento só era consumado no segundo dia.

Quando o casamento era do senhor feudal ou de um rei, as festas duravam dias, havia distribuição de comida e os vinhos estavam nas fontes publicas, porém todos iriam participar dos gastos (D’ Haucourt, 1944). As pessoas levavam bolos e conforme eles iam chegando eram colocados um em cima do outro, dai veio a inspiração para o bolo de casamento da forma que ele é hoje.

No século XIV as mulheres começaram a jogar o buque, era uma maneira de dar sorte do casal as amigas e ajudar elas a conseguirem um casamento. Os buques surgiram bem antes na Grécia e na Roma antiga, porém na Idade Medieval ganha novo significado, quando antes era formado por ervas, para espantar os maus espíritos, na Idade Média a noiva recebia as plantas dos convidados com significado de desejar boa sorte e de desejar felicidade. Mas tarde trocada por flores que simbolizavam a fertilidade.

10 comentários: